Bem Vindo

Um espaço para troca de experiências, reflexões, dúvidas referentes ao universo dinâmico e surpreendente do inconsciente.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Instinto de Vida e Instinto de Morte:

Para Freud somos regidos por dois instintos: de vida e de morte. Portanto sentimos amor e ódio, desejo pela vida, pela saúde, pelo movimento em busca do bem estar, ou desejo pela morte, pela imobilização perante um conflito ou uma dificuldade, a busca pela doença, pelo mal estar. Um instinto pode predominar mais do que o outro, mas os dois estarão sempre atuantes no indivíduo.


Estamos presenciando notícias de mães que abandonam seus bebês em latas de lixo, ou atiram à queima roupa nas "filhas gêmeas" com intenção de matar. A agressividade, o ódio destas mães dirigido aos filhos  ultrapassa a repressão, a censura, sem buscar um destino saudável para a realização deste impulso, ou a sua elaboração, recorrendo a sua descarga na realidade, através da sua concretização dirigida a pessoa provocadora da raiva, do ódio na mãe, ou seja, o filho.


Para D. Winnicott (psicanalista) a mãe sente ódio pelo filho, assim como sente também amor. Ódio pela mudança da sua rotina com a chegada do bebê, por abrir mão do seu narcisismo, da sua independência, por dar sem esperar um retorno, ou reconhecimento pela sua dedicação, esforço, sacrifício. Sentimos o ódio, mas não o realizamos na realidade, não o concretizamos em vias de fato.



Podemos sentir, entender, compreender, e encontrar um destino saudável para ele às custas do aspecto amoroso existente e primordial à vida pessoal, familiar e social. Portanto se tenho ódio da minha filha que por revolta bate em meu rosto, não revidarei ( já que senti raiva ), mas a segurarei mais firme demonstrando o meu descontentamento com a sua atitude repreendendo-a através do castigo, de um limite. Assim, ela entenderá que o bater não é a forma adequada de manifestar a sua frustração, procurando uma outra maneira para lidar com este sentimento sem a agressividade, sem precisar atuar o seu ódio.


Deixo claro que qualquer ato agressivo atentando à própria vida ou à vida do outro necessita de contenção, repreensão e cuidados. Não defendo e nem almejo justificar estes atos cruéis de mães contra os seus filhos, apenas exponho a existência deles em todo o ser humano, e principalmente nas mães, seres humanos, indivíduos, pessoas.

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